Os planos de saúde registraram lucro 22% maior no primeiro trimestre deste ano comparado ao mesmo período de 2020, último trimestre antes da pandemia de Covid-19, foram R$ 2,82 bilhões contra R$ 2,3 bilhões, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que levam em conta os resultados de planos hospitalares e odontológicos.
O custo assistencial do segmento subiu, no mesmo período, cerca de 8,7%. Embora o resultado seja positivo, as empresas estimam que a retomada dos procedimentos eletivos e a segunda onda da pandemia, que elevou a ocupação de leitos hospitalares para cerca de 90%, tenham reflexo no segundo trimestre – a expectativa é que o custo assistencial seja 40% a 50% maior do que o mesmo período de 2020.
Ana Carolina Navarrette, coordenadora do programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), afirmou que todos os indicadores demonstram que a saúde financeira das empresas vai bem. A pandemia foi devastadora, segundo ela, para as finanças de consumidores e de alguns prestadores de serviços com a suspensão de procedimentos, mas fez bem às contas dos planos de saúde.
A FenaSaúde ressalta que as receitas do primeiro trimestre cresceram menos do que os custos: 6,7% contra 8,7%. O resultado foi afetado positivamente pela aplicação dos reajustes represados em 2020 e o ingresso de 1,4 milhão de beneficiários desde junho do ano passado, segundo a organização. O aumento de beneficiários resulta no aumento de receitas e tende a só afetar as despesas assistenciais quando ultrapassado o período de carência.