A ONU estima que o mundo terá 10 bilhões de habitantes até 2050. Falta comida para tanta gente. Por isso, começam a surgir pelo mundo tecnologias e empreendedores dispostos a pensar em soluções para esse problema. Um deles é Pablo Zamora, chileno cofundador da startup NotCo, que usa inteligência artificial para criar maionese, “carne” e sorvete usando somente plantas.
Durante três semanas, Zamora participou de mentorias de uma hora na plataforma de inovação Aerolito. Contou a história da NotCo e discutiu o futuro da alimentação. Na visão do doutor em biotecnologia, há no mercado ideias capazes de revolucionar o mercado da alimentação.
Para ele, o horizonte da comida é complexo. Enquanto outras indústrias avançaram com a tecnologia, o mercado de alimentação demorou, mas ele afirma que agora isso está mudando.
Hiper gastronomia
Segundo Zamora, não será difícil encontrar no futuro o que ele chama de “hiper gastronomia”. A manipulação genética poderá mudar a comida em formato, cor e sabor. Ele explica que será como recriar comida do zero e fazer as pessoas acreditarem estar comendo o que não estão.
Gastronomia “aumentada”
No futuro será possível usar óculos de realidade virtual ligados e estimuladores, ligados ao corpo, capazes de enganar o cérebro. A pessoa pode comer um polímero impresso em 3D, mas ver e sentir reações correspondentes a uma costelinha na brasa.
Gastronomia livre de mastigação e deglutição
Ele conta que parece louco, mas estão trabalhando nisso. Nesse modelo, cientistas desenvolveriam maneiras de eliminar a mastigação e a deglutição.
Gastronomia algorítmica
Usar fórmulas matemáticas para “hackear” alimentos, com objetivos específicos. Como a NotCo usa inteligência artificial para desenvolver produtos a partir de vegetais, aqui seria possível usar algoritmos para criar alimentos customizados — a partir de ingredientes, cores e formatos determinados por fórmulas matemáticas.
Gastronomia robótica
Usar robôs para preparação remota de alimentos. Em vez de escrever um livro de receitas, Rita Lobo — ou Bela Gil — poderia baixar no robô cozinheiro da sua casa. Adeus, enganos como o requeijão de açúcar.