Na semana, aconteceu em São Paulo o Cultura Digital Latam, evento promovido pela Exec, consultoria de recrutamento e desenvolvimento de executivos. O evento evidenciou dentro do contexto da cultura de inovação o papel do ser humano, assunto inevitável no debate sobre inovação nas empresas.
Qual dos dois é melhor: inovação ou uma cultura de inovação? Inovação é uma ideia, um método, uma ferramenta. É uma nova forma de fazer algo que já existe de um jeito diferente, mas com o foco em melhores resultados. Já a cultura de inovação é baseada nos conceitos, valores, princípios, normas internas e missão da empresa de modo que essa postura seja percebida por todos.
Com o tema “A transformação digital começa pelas pessoas”
Luciana Camargo, vice-presidente de recursos humanos da IBM América Latina, subiu ao palco para discutir o impacto da inovação e da revolução digital nos mercados latinos. A ideia é que a transformação digital começa nas pessoas.
Na visão da executiva Luciana Camargo, é função das companhias criar um ambiente que fomente a transformação digital e, antes de tudo, investir nos colaboradores. É preciso trabalhar as pessoas.
Dentro de um cenário de grandes mudanças, principalmente tecnológicas, pensar na alocação de talentos é pensar também na vida longa das grandes corporações.
As empresas que realmente estão abraçando esse mundo novo não contratam pelo aspecto técnico, mas, sim, pela capacidade das pessoas de aprender e transformar, afirma Camargo.
A vice-presidente de recursos humanos da IBM América Latina é categórica: mudar o comportamento humano é uma questão “profunda”. Por isso, entende que as pessoas precisam querer abraçar o propósito — ou dificilmente a inovação sairá do papel.
Visões de várias empresas
Carlos Brito, HR VP Latam da Bayer Crop Science, Sergio Alexandre, da PwC Brasil, e Luis Rasquilha, CEO da Inova Consulting, também participaram do encontro, além de outros executivos.
Para Brito, três questões devem amparar a transformação digital nas companhias: foco no cliente, agilidade e diversidade. O executivo observa também que as empresas devem pensar como startup – testar e errar rápido.
Para Sergio Alexandre, as companhias devem pensar em transformar as pessoas, não em trocá-las. Já para Luis Rasquilha, o impacto das novas tecnologias será avassalador, mas as pessoas devem usar isso a seu favor.
O executivo da Inova Consulting acrescenta dizendo que a mudança tem que partir de dentro. No seu entendimento do CEO, as empresas devem tomar cuidado para não cometer o erro de dispensar a força humana.
Segundo Rasquilha, acabou-se a ideia de que os funcionários são feitos para executar e não pensar. A tecnologia vai executar melhor, mais fácil e mais rápido. Os seres humanos é devem estar atrás de tudo isso, gerenciando e ativando todo o processo, conclui Rasquilha.