O Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), órgão que regula a segurança na agricultura do país, anunciou nesta quarta-feira (31) que vai liberar importações de carnes suína e bovina de nove fornecedores do Brasil a partir de 1º de novembro.
A carne brasileira estava embargada no mercado russo desde novembro de 2017 devido à presença de ractopamina em produtos de origem animal de plantas frigoríficas brasileiras. A ractopamina é um aditivo alimentar usado para fazer com que animais ganhem peso de forma mais eficiente e acumulem menos gordura.
O uso do produto em rações é aprovado pela Organização Mundial da Saúde, mas não é autorizado pela Rússia, União Europeia e China. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o Brasil utiliza o sistema de segregação para exportação de carne para os países que têm restrições, ou seja, os animais recebem outro tipo de ração e são criados separadamente.
Segundo o Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia foram reabilitadas algumas plantas localizadas no Rio Grande do Sul das empresas Alibem Alimentos, Adele Indústria de Alimentos e da Cooperativa Central Aurora Alimentos.
A expectativa do Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, é de que a Rússia em breve volte a comprar carnes também dos frigoríficos localizados em Santa Catarina. Segundo ele, o retorno das vendas para a Rússia irá desafogar a pressão de oferta e acabará também beneficiando outras empresas que, eventualmente, não estão habilitadas nesse primeiro momento, com a redistribuição da demanda.
Segundo números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), desde o embargo imposto no ano passado, o Brasil deixou de exportar para a Rússia o equivalente a 230,4 mil toneladas, cerca de 40% de tudo o que o país teria exportado no período.